sexta-feira, 9 de março de 2012

Craques de todos os tempos: Zetti, o paredão tricolor

Matérias semanais sobre os jogadores que fizeram história no mundo da bola

 Estreando a nova série do Blog do Amaro Júnior, o goleiro que fez grande sucesso no São Paulo durante a década de 90. Zetti é o primeiro homenageado entre os "Craques de todos os tempos".

Armelino Donizetti Quagliato, nascido em Porto Feliz, no dia 10 de janeiro de 1965, mais conhecido como Zetti, foi jogador de futebol no Brasil, atuando como goleiro. Já atuou como treinador, mas atualmente está sem clube.
Zetti foi destaque nas décadas de 80 e 90, fazendo parte do elenco tetra-campeão mundial com a Seleção Brasileira. Ele também teve uma belíssima passagem pelo São Paulo, sendo bi-campeão da Libertadores da América e do Mundial Interclubes nos anos de 1992 e 1993. O goleiro passou por outros clubes do futebol brasileiro e encerrou sua carreira em 2001. A peculiaridade do goleiro era o uso de calças nos treinos e jogos.

Do início da carreira ao período difícil no Palmeiras
Zetti começou a atuar, ainda garoto, no Capivariano, da cidade de Capivari, onde o mesmo viveu sua infância. De lá ele foi para o juvenil do Guarani, onde foi dispensado por estar gordo. Foi para o Palmeiras, e como clube tinha muitos goleiros, o jogador foi emprestado para o Toledo-PR. No clube paranaense o jogador teve a chance de estrear com titular no ano de 1983, aos 18 anos. No ano seguinte, o goleiro voltou ao Parque Antártica, entretanto, passou um ano sem entrar em campo. Voltou ao estado do Paraná para defender o Londrina, por empréstimo. Depois do término do empréstimo, ele voltou ao Palmeiras como terceiro goleiro.
Aos 21 anos, no dia 1 de abril do ano de 1987, o goleiro teve a chance de estrear no Verdão, depois da expulsão do então goleiro titular Martorelli em um jogo do Campeonato Paulista. No jogo seguinte Zetti voltou para a reserva, mas como o então técnico Carbonne foi demitido, o jogador foi mantido pelo técnico interino e efetivado pelo treinador Valdemar Carabina. Depois de estrear como titular definitivamente, o goleiro conseguiu a marca de 1238 minutos sem levar gol.
No jogo contra o São Paulo, válido pelas semi-finais do Paulistão, o goleiro tomou um frango do meia Neto, mas continuou sendo admirado pela torcida. Mas o pior ainda estava por vir. Em 1988, o jogador quebrou a perna em uma disputa de bola com o atacante Bebeto, que defendia o Flamengo. Por conta disso, passou um longo período sem atuar e viu o goleiro Velloso ganhar seu posto de goleiro titular. Sem espaço no Palmeiras, o goleiro foi negociado com o São Paulo.

Zetti chega ao São Paulo
Zetti chegou ao São Paulo, com 25 anos, em 1990. Mas ainda passou um tempo na reserva já que Gilmar ocupava a vaga titular no clube que era treinador por Pablo Forlán. Sua estréia em campo foi no dia 15 de julho do mesmo ano. Como titular ele só foi atuar no dia 2 de setembro na vitória por 1 a 0 contra o Bragantino, em jogo válido pelo Campeonato Brasileiro. Depois de dez partidas como titular, o goleiro são-paulino viu a chegada de Telê Santana para o comando técnico do Tricolor. Zetti disputou a final do Brasileirão de 1990, que foi vencida pelo Corinthians. Mas no ano seguinte começaria a melhor fase da carreira do goleiro.

Anos de glória no Tricolor paulista
Zetti permaneceu como titular e ajudou, com belíssimas atuações, o clube a conquistar o Brasileirão de 1991. Em 1992, o goleiro também contribuiu para o título da Libertadores da América. Na final contra o Newell’s Old Boys, o São Paulo ficou no empate no placar agregado e teve que disputar as cobranças de pênaltis. Zetti defendeu uma delas, garantindo a conquista tricolor. Aquele time contava com jogadores como Raí e Muller. Depois veio o Mundial Interclubes, o adversário era o temido Barcelona (Dream Team), que contava com estrelas do futebol mundial. No final o São Paulo venceu por 2 a 1 e conquistou o título mundial, contando com ótimas defesas do goleiro. Na volta para casa o goleiro ajudou o São Paulo a conquistar, em cima do Palmeiras, o Paulistão do mesmo ano.
Em 1993, Zetti teve o melhor ano de sua carreira. Conquistou a Quádrupla Coroa Internacional. O primeiro título foi a Libertadores de 93, onde o São Paulo goleou o Universidad de Chile por 5 a 1 no Morumbi e levou o título mesmo perdendo por 2 a 0 no jogo de volta. O outro título foi o da Recopa Sul-Americana, onde o goleiro Zetti defendeu a cobrança do então jovem Ronaldo na decisão por pênaltis. O outro título de Zetti no São Paulo, foi a Supercopa da Libertadores, que foi conquistada na decisão contra o Flamengo. Vivendo ótima fase, o goleiro foi convocado para a Seleção Brasileira.
Zetti encerrou o ano de 1993 em grande estilo, ajudando o Tricolor a levantar mais uma vez a taça do Mundial Interclubes. O título foi conquistado diante do Milan na vitória por 3 a 2. Além disso, Zetti foi considerado o 5º melhor goleiro do mundo pela IFFHS. Em 1994, o arqueiro Zetti contribuiu para mais um título da Recopa Sul-Americana, na vitória por 3 a 1 sobre o Botafogo.
Zetti foi convocado pelo técnico Parreira para ser reserva de Taffarel na Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1994 e sagrou-se tetra-campeão mundial. Na volta dos Estados Unidos da América, o goleiro voltou a disputar a Libertadores, mas o São Paulo não alcançou o Tri-campeonato. O Tricolor empatou com o Vélez Sársfield no placar agregado, mas na disputa de pênaltis, Chilavert defendeu o chute de Palhinha e acabou com o sonho de mais um título do São Paulo.

Do fim da era de títulos a saída do São Paulo
Em 1995, a Era Telê Santana entrava em colapso e o time não conquistou nenhum título expressivo. Zetti, com 30 anos, teve seu último ano no São Paulo em 1996 e conquistou o título da Copa Master da Conmebol derrotando o Atlético-MG por 3 a 0 na final. Depois 426 jogos, Zetti trocou o São Paulo pelo Santos em 1997, e deu lugar ao jovem e talentoso Rogério Ceni. Zetti conseguiu a incrível marca do Bi-campeonato mundial.

Do Santos a aposentadoria
Zetti teve belas atuações pelo Santos e conquistou dois títulos. O primeiro foi o Torneio Rio-São Paulo de 1997. Em 1998, conquistou a Copa Conmebol. Depois de três anos na Vila Belmiro, o goleiro transferiu-se para o Fluminense, depois União Barbarense e encerrou sua carreira de 18 anos em 2001 no Sport.
Até hoje Zetti é ídolo no São Paulo e inspiração para os que querem seguir essa carreira.

Zetti treinador
Ficou longe do futebol por dois anos. Fez cursos e treinou o Juniores do São Paulo. Em 2003 assumiu pela primeira vez um time profissional, que foi o Paulista, de Jundiaí. Em 2006, dirigiu o Paraná Clube, que foi vice-campeão paranaense e disputou a Taça Libertadores. Neste ano, também foi comentarista esportivo da rádio CBN e do canal SporTV. Teve curtas passagens por outros clubes até assumir o Atlético Mineiro em 2007. Porém, foi dispensado. Somando três vitórias, cinco empates e três derrotas, Zetti deixou o clube mineiro na 15ª posição do Brasileirão e assumiu o Fortaleza uma semana depois. Ele ficou no time cearense até a antepenúltima rodada da Série B, quando duas derrotas contra times ameaçados pelo rebaixamento (Remo e São Caetano), fizeram com que ele pedisse demissão do cargo. Um ano depois, o ex-goleiro estava à frente do time do Juventude, que foi vice-campeão gaúcho em 2008. Em 2009, Zetti voltou para o Paraná por mais uma temporada. 

Outros projetos de Zetti
Zetti foi cometarista do programa Bola na Rede, da RedeTV. Atualmente desempenha a função no canal Sportv. Também dedica-se à pintura nas horas vagas. Inaugurou no final de 2008 a Fechando o Gol, uma escola inteiramente voltada para a preparação de goleiros que fica no Esporte Clube Banespa na capital Paulista. Zetti também atua em campanhas publicitárias.

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